Entre aliados palacianos, a ausência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na cerimônia que marcou um ano dos ataques do 8 de janeiro foi recebida como um recado de que as coisas não vão bem e uma espécie de boicote ao ato que ganhou ares de palanque do presidente Lula.
Já do lado de Lira, o que se diz é que o boicote, na verdade, partiu do Palácio do Planalto. Quem acompanhou de perto toda a organização do evento afirma que a primeira-dama Janja encabeçou as principais definições da cerimônia – do convite à composição do palco, passando também pelas autoridades que discursariam ao microfone.
Cadê o Lira?
Além disso, causou espécie o fato de o vídeo divulgado durante a cerimônia também não trazer qualquer referência a Lira – o material registra os pronunciamentos de Lula, Pacheco e da então presidente do STF, Rosa Weber.
Ato político
Na véspera do ato, e em mais um sinal de que seria um evento de governo, e não de Estado, Janja também escolheu a governadora Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, para abrir os discursos. Fiel aliada de Lula, a petista cobrou a “devida punição” a quem tentou “destruir” a democracia e, ao fim, puxou o bordão “Sem anistia”, comumente repetido após a vitória de Lula em 2022, em referência a uma eventual prisão de Bolsonaro.
No entanto, na noite anterior ao evento, o deputado alagoano telefonou para Lula para informar que um familiar estava doente e, assim, não iria mais comparecer. O problema de saúde é real, mas, como se vê, não o único motivo para a ausência de Lira.
Créditos: VEJA.