Brasil registra mais de 600 amputações de pênis por ano; descubra o motivo

Foto: GETTY IMAGES via BBC

País tem alto número de desfechos graves do câncer que pode ser evitado com higiene diária.

Nos últimos 10 anos, o Brasil testemunhou mais de 6 mil procedimentos de amputação peniana, resultando em uma média anual superior a 600 casos, conforme apontado por um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), baseado em informações do Ministério da Saúde.

Durante esse período, a amputação de pênis foi adotada como medida de tratamento em cerca de três a cada 10 pacientes diagnosticados com estágios avançados de câncer peniano, uma situação que, de acordo com a SBU, poderia ser prevenida com práticas simples, como hábitos adequados de higiene e a vacinação contra o HPV.

O Dr. Maurício Dener Cordeiro, coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, destaca que o número alarmante de amputações está principalmente relacionado à falta de informação. Ele enfatiza que muitos homens desconhecem a possibilidade de desenvolver câncer no pênis, o que resulta na ausência de busca por especialistas e, consequentemente, em diagnósticos tardios.

É importante ressaltar que, quando detectado em estágio inicial, o câncer peniano apresenta altas taxas de cura e pode ser tratado de maneira menos invasiva. Em situações precoces, o tumor é restrito à camada superficial da pele e não afeta estruturas mais profundas, permitindo a remoção apenas da área afetada, sem a necessidade de amputação completa.

A amputação é considerada em situações extremas, sendo o câncer peniano geralmente uma infecção crônica do prepúcio, a pele que cobre a glande (a cabeça do pênis). Inicialmente, manifesta-se como uma ferida que não cicatriza e evolui para uma úlcera ou lesão grave. Uma das causas comuns é a falta de higiene adequada na região, favorecendo a proliferação de fungos e bactérias.

O Dr. Maurício destaca a importância da higiene diária, especialmente durante o banho, recomendando a retração do prepúcio, exposição da glande e lavagem da região com água e sabão. Pacientes com fimose, caracterizada pela dificuldade na exposição da glande, estão mais suscetíveis ao desenvolvimento da doença, podendo considerar a remoção cirúrgica do prepúcio para facilitar a higienização.

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