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O consumo excessivo de proteínas na dieta pode aumentar o risco de aterosclerose – acúmulo de placas de colesterol nas artérias. Essa é a conclusão de um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Os achados foram publicados na revista Nature Metabolism, nesta segunda-feira, 19.
Os achados dos cientistas surgem em meio à crescente popularidade de dietas ricas em proteínas relacionadas à cultura fitness, que, muitas vezes, envolvem métodos que auxiliam na construção muscular e supressão do apetite. Mas a dependência excessiva de proteínas pode não ser tão boa para a saúde a longo prazo.
Quando o organismo quebra níveis elevados de proteína, ativa um tipo de glóbulo branco responsável por limpar detritos celulares, conhecidos como macrófagos – que, neste caso, ficam sobrecarregados. Isso leva ao dessas células dentro das paredes dos vasos sanguíneos e à piora das placas ao longo do tempo. Os cientistas sugerem que quanto mais macrófagos ativados, mais elevado é o nível de inflamação das artérias, aumentando os riscos de placas.
Foram conduzidos experimentos iniciais em indivíduos saudáveis para determinar o cronograma de ativação de células imunológicas, após a ingestão de refeições enriquecidas com proteínas. Em seguida, os pesquisadores simularam condições semelhantes em camundongos e macrófagos humanos.
Possíveis desdobramentos
Os pesquisadores também esperam que os achados do estudo possam desencadear debates e reflexões a respeito das dietas de forma que reduzam os riscos de doenças. E, em escala maior, até informar futuras diretrizes alimentares.
Além disso, o estudo indica que as diferenças nos níveis de leucina entre dietas ricas em proteínas vegetais e animais podem ser a explicação para os diferentes efeitos no coração, vasos sanguíneos e saúde metabólica,
Próximos passos
O estudo foi conduzido por um curto período de tempo e envolveu um tamanho pequeno de amostra. Por isso, agora, pesquisadores querem expandir os experimentos para responder outras perguntas. O que acontece quando uma pessoa consome entre 15% das calorias diárias de proteínas, conforme recomendado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), e 22% das calorias diárias de proteínas; e se existe um ‘ponto ideal’ para maximizar os benefícios das proteínas – como o ganho muscular – evitando o início de uma cascata molecular de eventos prejudiciais que levam a doenças cardiovasculares.
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