Marcelo Camargo/Agência Brasil
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, estabeleceu o limite de R$ 800 mil para o pagamento de emendas parlamentares que contemplem projetos de educação em saúde no combate contra a dengue. O teto foi publicado no DOU (Diário Oficial da União) na última 6ª feira (8.mar.2024), mesmo depois de a chefe do órgão se indispor com congressistas que reclamam da dificuldade em obter a liberação das verbas.
Para atender aos pré-requisitos para a transferência do recurso, os Estados e municípios interessados devem enviar os projetos com o detalhamento das “ações propostas de educação em saúde, mobilização social e articulação intersetorial” que serão contempladas. A portaria veda o envio de mais de uma proposta por proponente, além de ações que trabalhem exclusivamente com educação em saúde. Em seguida, estabelece o limite orçamentário.
Ruído
A limitação em emendas no combate à dengue é mais um potencial ruído na relação de Nísia com o Congresso Nacional. Em fevereiro, o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL), enviou 7 perguntas questionando os critérios seguidos pelo ministério para liberar as verbas a congressistas. Questionou se os tetos para recursos de atenção primária, de média e alta complexidade são os mesmos para emendas e transferências diretas.
No fim de fevereiro, Nísia recebeu líderes partidários da base de apoio do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara para apresentar uma minuta que norteará a liberação das emendas parlamentares do ministério neste ano. A ação foi recebida como uma tentativa de conter as críticas recebidas por integrantes da Casa Baixa.
Mais tarde, o órgão publicou nota em que diz que a portaria foi “amadurecida em diálogo com lideranças partidárias no Congresso Nacional, tendo em vista as alterações na LOA (Lei Orçamentária Anual), que acarretaram o aporte de R$ 4,5 bilhões de Emendas de Comissão ao orçamento do Ministério da Saúde. Com isso, o volume de emendas parlamentares na Pasta chegou ao montante de R$ 21,2 bilhões”.
Segundo a última atualização do painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 1.342.086 casos prováveis de dengue em 2024. Foram 763 óbitos em decorrência da doença. A maior concentração de casos por número de habitantes está no Distrito Federal, Minas Gerais e Espírito Santo.
Poder 360