A médica Natália Schincariol, com 29 anos de idade, registrou um boletim de ocorrência contra o ex-namorado, Luís Cláudio Lula da Silva, de 39 anos, filho do presidente Lula. Ela acusa Luís Cláudio de violência física, moral e psicológica. Uma medida protetiva foi expedida em favor dela no início deste mês na Justiça de São Paulo, e Luís Cláudio nega todas as acusações. Natália, diante da repercussão do episódio, disse já ter sido chamada de “ex-BBB”, “vulgar, cabelos longos, boca grande”.
Postagem da médica Natália Schincariol em rede social – Reprodução Instagram
“Uma mulher que tem muito a dizer e ninguém mais vai me calar. Sou médica, psicanalista, estudante de psiquiatria e empresária, dona do meu próprio instituto de saúde mental”, escreveu em seu perfil neste sábado (13).
“Não vou me calar diante do machismo. O machismo é violento. O machismo mata”, afirmou.
No boletim de ocorrência registrado sobre o caso, ao qual o UOL teve acesso, consta a informação de que Luís Claudio a teria manipulado para não prestar queixa. “Meu pai vai me proteger e [você] vai sair perdendo, eu vou acabar com sua alma. Vou falar para todos que você é uma insana, ninguém irá acreditar em você”, teria dito o acusado, segundo a ex-companheira.
A vítima relatou que a violência se intensificou nos últimos anos, colocando em risco sua integridade física e mental. Ela contou à polícia que chegou a ser afastada do trabalho por um mês devido ao trauma.
Na semana passada, Luís Cláudio, 39, afirmou ao UOL que “jamais agrediria” a ex-companheira. Ele é dirigente de futebol no Amazonas. O governo e o presidente Lula (PT) enfrentaram cobranças públicas da oposição após as acusações.
Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), como a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), e rivais do petista, como a deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP), questionaram o silêncio de Lula e de seus aliados a respeito.
Na última quinta-feira (11), sem fazer referência ao caso do filho caçula, Lula fez um discurso contra a violência doméstica durante um evento do governo e afirmou que “mulher não foi feita para apanhar”.
“Todos nós sabemos que neste país existe muita violência contra mulher, violência às vezes dentro de casa, que marido não respeita a mulher muitas vezes”, afirmou o presidente.