Ação foi deflagrada contra grupo criminoso associado à facção que é investigado por fraudes em licitação em todo o estado
POR RODRIGO HIDALGO–BAND.com.br
Áureo Tupinambá de Oliveira Fausto Filho, advogado de André de Oliveira Macedo, o André do Rap, considerado um dos maiores traficantes do Brasil, foi preso na manhã desta terça-feira (16) no âmbito da operação Muditia, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e a Polícia Militar de São Paulo para desarticular um grupo criminoso associado à facção Primeiro Comando da Capital (PCC) investigado por fraudes em licitação em todo o estado.
Segundo as informações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), as empresas do grupo têm contratos públicos que somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos. Alguns deles atendiam a interesse do PCC, que tinha influência na escolha dos ganhadores de licitações e na divisão dos valores obtidos ilicitamente.
As equipes dão cumprimento a mandados de busca e apreensão em 42 endereços e 15 mandados de prisão temporária, todos expedidos pela 5ª Vara Criminal de Guarulhos, na Grande São Paulo. Participam da operação 27 promotores, 22 servidores e 200 policiais militares.
As ordens judiciais incluem prisão cautelar de agentes públicos, sendo que três deles são vereadores de cidades do Alto Tietê e do litoral paulista. A Band apurou que os parlamentares alvos da ação do MP são: Flávio Batista de Souza (Podemos), de Ferraz de Vasconcelos, Luiz Carlos Alves Dias (MDB), de Santa Isabel, e Ricardo de Oliveira (PSD), de Cubatão.
Segundo a investigação, as empresas atuavam de forma recorrente para frustrar a competição nos processos de contratação de mão de obra terceirizada no estado em diversas prefeituras e Câmaras Municipais. As cidades de Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri, Itatiba e outras têm contratos sob análise.
Ainda de acordo com os promotores, havia simulação de concorrência com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. Também há evidências de corrupção de agentes públicos e políticos (secretários, procuradores, presidentes de Câmara de Vereadores, pregoeiros, entre outros) e diversos outros crimes – como fraudes documentais e lavagem de dinheiro.