Um grupo de mais de 200 candidatos denunciou a eliminação na fase de sindicância de vida pregressa e investigação social no concurso da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Esses candidatos são formados por pessoas com processos arquivados e até mesmo com boletins de ocorrência simples, como acidentes de trânsito. O resultado definitivo do certame está previsto para ser divulgado nesta quinta-feira, dia 13 de junho.
Fernando*, de 24 anos e morador do Distrito Federal, prestou o concurso para o cargo de soldado. Ele obteve aprovação nas provas objetiva e discursiva, no Teste de Aptidão Física e no exame psicotécnico. No entanto, foi eliminado na fase de investigação social. Fernando explica: “Nesse espaço, pude escrever apenas poucos caracteres para descrever a situação do boletim de ocorrência, especialmente para casos mais complexos. Resumi minha situação da melhor forma possível, mas, ao conferir o resultado preliminar publicado no Diário Oficial em 20 de maio, meu nome não constava. Logo associei à ocorrência que havia descrito, o que foi confirmado como motivo de eliminação.”
A ocorrência em questão teria ocorrido em 2015, quando Fernando ainda era adolescente. Ele detalha: “Houve um processo na Vara da Infância e da Juventude, mas nunca fui citado, intimado ou convocado. O processo foi arquivado. No entanto, o que me intriga é ter sido eliminado por algo que o STF já definiu como não passível de eliminação em investigação social.”
Fernando entrou com recurso contra a eliminação e espera que sua situação seja reavaliada. Ele lamenta: “É uma sensação de tristeza enorme, pois toda a esperança dos meus pais estava depositada em mim nesse concurso. Demorei dias para comunicar-lhes sobre a eliminação.”
Jorge8 também foi eliminado devido a uma ocorrência registrada em 2022, acusando-o de ameaça. Ele recorreu contra o resultado, explicando: “O boletim nunca avançou, e nunca fui chamado para depor. Descrevi tudo isso em minha ficha, mas, para minha surpresa, fui eliminado.”