Foto: Shutterstock
Apesar da fama, não há estudos que mostrem melhora de desempenho físico com o remédio
A tadalafila saiu do balcão da farmácia para o funk. Virou título de uma música do Piseiro do Barão e deu visibilidade para uma conversa comum em academias e em fóruns de conversa na internet entre praticantes da musculação, sejam amadores ou profissionais. Para esse grupo, a “tadala”, como é chamada, deixou de ser um medicamento para disfunção erétil e é usada como pré-treino para melhorar o desempenho dos exercícios.
Mas o que os especialistas dizem sobre o uso da tadalafila antes de atividades físicas?
Como funciona a tadalafila
Fernando Facio, chefe do Departamento de Andrologia, Reprodução e Sexualidade da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), salienta que esses medicamentos só funcionam quando há, também, o estímulo sexual. “Esta é uma característica clássica da medicação”, explica
E a tadalafila na musculação?
Ambos os especialistas entrevistados concordam que não há relação do medicamento com um melhor desempenho nos exercícios físicos. Não há nenhum estudo que comprove essa hipótese.
O remédio não tem efeito porque age em musculaturas diferentes, explica Facio. “O remédio atua na musculatura lisa, não na estriada, foco da atividade física”, diz.
Quais os riscos de tomar tadalafila?
Cada organismo é único e, por isso, algumas pessoas podem ter efeitos distintos e mais ou menos intensos do que outras. Estudos mostram que os principais efeitos colaterais da tadalafila no organismo são:
- Queda de pressão;
- Dor nas costas;
- Hipotensão postural;
- Tontura;
- Vermelhidão no rosto;
- Palpitação do coração;
- Perda do efeito (quando necessário em relações sexuais, o remédio pode deixar de fazer efeito).
O tadalafila não gera necessariamente uma dependência química, mas pode gerar uma dependência psicológica. Isso acontece quando a pessoa condiciona seu desempenho físico à medicação.