Imagem: Zeca Ribeiro – 28.fev.2024/Câmara dos Deputados
A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) protocolou um projeto de lei para mudar o regimento da Câmara e, se aprovado, a medida impediria que o parlamentar Nikolas Ferreira (PL-MG) siga na presidência da Comissão de Educaçãona Casa.
O que aconteceu
Deputada diz ser “inadmissível” que Nikolas esteja na presidência da comissão. “Neste sentido, é inadmissível que deputado que responda processo criminal por crimes tão graves quanto os previstos na Lei da Ficha Limpa esteja permitido a presidir comissões, visto o grave risco à ordem dos trabalhos por pessoa suspeita”, justifica Luciene no projeto.
Após as críticas, Nikolas disse acreditar que sua indicação “foi, sim, técnica”. Em entrevista à CNN Brasil na semana passada, o parlamentar agradeceu pelos 22 votos que obteve e provocou a oposição. “Quando um opositor de direita assume a presidência [de uma comissão], eles não gostam”, afirmou, citando ainda um “desequilíbrio” por parte da presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR).
Justiça tornou deputado réu
A Justiça de Minas Gerais aceitou denúncia do Ministério Público contra o parlamentar. “Recebo a denúncia, pois estão preenchidos os requisitos e não se vislumbra nenhuma hipótese de rejeição”, escreveu a juíza Kenea Márcia Damato de Moura Gomes, da 5ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte, em setembro de 2023.
Segundo ele, a estudante foi confrontada pela irmã dele, que é da mesma instituição de ensino. “Tire seu filho desse colégio. Não preciso nem falar que dentro da sala de aula, com relação à matéria de história, ocorre doutrinação. Travesti no banheiro da escola da minha irmã”, afirmou Nikolas no vídeo publicado.
O pedido de investigação foi protocolado pelo Coordenador da Aliança Nacional LGBTI em Minas Gerais, Gregory Rodrigues, e as vereadoras Bella Gonçalves (PSOL-MG) e Iza Lourença (PSOL-MG).
A representação acusa o deputado de “expor a adolescente pela publicação do vídeo, tecer críticas ao seu direito de uso do banheiro e criticar normas que permitem o uso dos banheiros conforme a identidade de gênero”, além de incitar “posicionamentos contrários à garantia dos direitos da população transgênero”.
UOL