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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentará crescente pressão do PT para reativar a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos. Recentemente, Lula proibiu ministérios de realizar eventos para marcar os 60 anos do golpe de 1964, o que gerou elogios dos oficiais de alta patente, mas também críticas da esquerda e até mesmo de seu próprio partido.
Organizações de defesa dos direitos humanos consideram inaceitável que a comissão, responsável por localizar os restos mortais de vítimas da ditadura militar, permaneça inativa. Embora a minuta de decreto para reativar o grupo, dissolvido no fim do governo de Jair Bolsonaro, tenha sido encaminhada ao Ministério da Justiça, a Casa Civil argumentou que era necessário o parecer do novo titular da pasta, Ricardo Lewandowski, após a saída do ministro Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula havia prometido reabrir a comissão, criada durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso em 1995. No entanto, ainda não definiu como resolver essa questão. Após os ataques de janeiro de 2023, o presidente vive uma fase favorável com a cúpula das Forças Armadas, que se opõe à retomada da identificação de ossadas, considerando-a revanchista.
O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Joseli Parente, que já foi piloto do avião presidencial usado tanto por Lula quanto pela então presidente Dilma Rousseff, afirmou: “Precisamos olhar para a frente, e não pelo retrovisor da história”. Ele ressaltou que as Forças Armadas já abriram todos os arquivos desde 1995.
Na segunda-feira, 1º de abril, a Marcha pela Democracia está prevista para seguir o percurso inverso das tropas golpistas de 1964, indo do Rio de Janeiro para Juiz de Fora. Três dias depois, na quinta-feira, 4, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, participará de um protesto contra a ditadura na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.
Com informações de Estadão.