Britânica afirma que as habilidades sensoriais humanas vão muito além dos cinco sentidos padrão
Por: Silvia Melo
Os sentidos humanos são os responsáveis por nos fazer interagir com o mundo externo, nos permitindo perceber, interpretar e responder a diversos estímulos do ambiente. Mas e se além dos cinco conhecidos existissem outros? É o que defende uma pesquisadora.
A britânica Jackie Higgins, formada em Zoologia pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, escreveu um livro que defende a existência de 12 sentidos humanos
Sentient — What Animals Reveal About Our Senses (“Senciente — O que os Animais Revelam Sobre Nossos Sentidos”, em tradução livre), foi publicado em 2021.
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Inspirada por descobertas científicas modernas e pelo estudo do comportamento animal, Higgins argumenta que focar nas habilidades de espécies específicas pode servir como “um espelho que podemos segurar e obter uma imagem mais clara de nós mesmos”.
No entanto, a pesquisadora admite que a lista não representa um consenso entre especialistas da área. Alguns estudiosos dizem que temos mais de 30 sentidos diferentes.
Quais os 12 sentidos dos seres humanos, segundo Higgins?
- Visão
- Audição
- Olfato
- Paladar
- Tato
- Cor
- Prazer e dor (nocicepção)
- Desejo
- Equilíbrio
- Tempo
- Direção (magnetocepção)
- Corpo/propriocepção
Cor
Como o próprio nome indica, o sentido cor explica como vemos as colorações de tudo.
O sentido do prazer e da dor, ou nocicepção, é a capacidade de perceber estímulos que causam dano ou potencial dano aos tecidos. Este sentido desencadeia reações de proteção e alerta o corpo sobre possíveis perigos.
Desejo
Esse sentido seria regido pelos feromônios, substâncias químicas que os animais (incluindo os humanos) liberam para atrair possíveis parceiros.
Equilíbrio (sistema vestibular)
Localizado no ouvido interno, o sentido do equilíbrio nos permite manter a postura e a estabilidade, detectar movimento e orientação espacial. Este sistema é essencial para a coordenação motora.
Tempo
O sentido do tempo envolve a percepção da passagem do tempo e a capacidade de estimar intervalos de tempo. Este sentido é fundamental para a coordenação de atividades diárias e a percepção de ritmos e sequências.
Magnetocepção
Embora menos desenvolvida em humanos do que em alguns animais, há evidências de que podemos detectar campos magnéticos. Este sentido pode influenciar a orientação espacial e a navegação.
Propriocepção
Também conhecida como cinestesia, é a capacidade de perceber a posição e o movimento do próprio corpo no espaço. Esse sentido é fundamental para a coordenação e para realizar movimentos precisos sem a necessidade de olhar para as partes do corpo em movimento.
De onde vem a ideia dos 5 sentidos?
A ideia dos cinco sentidos vem de uma longa tradição histórica e filosófica que remonta à Grécia Antiga.
Especificamente, foi Aristóteles, o filósofo grego, quem primeiramente sistematizou os cinco sentidos que hoje são amplamente reconhecidos: visão, audição, olfato, paladar e tato.
No contexto de suas investigações sobre a natureza humana e o mundo ao nosso redor, Aristóteles dedicou uma parte significativa de sua obra à compreensão de como percebemos a realidade.
Primeiramente, é importante destacar que a filosofia de Aristóteles se baseava na observação e na análise empírica.
Ele acreditava que o conhecimento humano deriva, em grande parte, das nossas interações sensoriais com o ambiente.
Assim, ao categorizar os sentidos, ele estava tentando descrever as maneiras fundamentais pelas quais os seres humanos captam informações sobre o mundo exterior.