O recente leilão promovido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a compra de arroz contou com a participação de quatro empresas não tradicionalmente ligadas ao mercado do cereal. Segundo informações do Globo Rural, entre elas, destacam-se uma empresa de locação de máquinas agrícolas, uma produtora de queijos registrada em Macapá (AP) e até mesmo uma pessoa física com 70 processos na Justiça brasileira.
O presidente da Conab, Edegar Pretto, ressaltou que essa modalidade de leilão não ocorria desde 1987 e foi retomada com o objetivo de garantir o abastecimento nacional, ao mesmo tempo em que protege os agricultores. Ele enfatizou que, apesar das tentativas de politização e das oito liminares contra o leilão, a prioridade era salvaguardar o elo mais fraco da cadeia, ou seja, o consumidor.
Os preços do arroz aumentaram em média 11% em um mês, conforme dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), mesmo após a colheita praticamente concluída. Para mitigar esse cenário, o arroz adquirido no leilão será distribuído em todo o país em até 45 dias, com preço subsidiado de R$ 4 por quilo, em embalagens de 5 quilos.
Quanto às empresas participantes, Thiago dos Santos, diretor de Operações e Abastecimento da Conab, explicou que não é possível identificar a origem do arroz importado nem avaliar sua participação no mercado atual do país. Essas empresas deverão depositar 5% do valor negociado como garantia à Conab e receberão o pagamento acordado somente após entregarem o lote de mercadoria no armazém designado pela autarquia. É importante ressaltar que o arroz importado deve atender às prorrogativas sanitárias do Brasil.
Apesar dessa ação relacionada ao arroz, os dirigentes da Conab afirmam que não há intenção do governo Lula de controlar os preços dos alimentos no país. O arroz adquirido não será estocado, mas sim distribuído imediatamente, sendo suficiente para apenas 15 dias de consumo. O governo pretende retomar a política de estoques públicos de alimentos, como feito entre 2003 e 2015, para assegurar o abastecimento ao consumidor e o preço mínimo ao produtor quando necessário.