O ministro Gurgel de Faria, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), abandonou uma sessão de julgamento da Primeira Turma do STJ na última terça-feira (17/9), após um desentendimento com a colega ministra Regina Helena Costa. Gurgel não queria que Regina lesse o voto de um recurso sob a relatoria dela, visto que o presidente da Primeira Turma, ministro Paulo Sérgio Domingues, tinha pedido mais tempo para analisar o caso.
A atitude do ministro repercutiu no meio jurídico e nas redes sociais, com acusações de manterrupting — um termo utilizado quando homens interrompem mulheres quando elas estão falando. O Movimento Nacional pela Paridade no Judiciário emitiu uma nota em apoio à ministra. “É essencial que as vozes das mulheres sejam ouvidas, sem interrupções, para que o Judiciário seja, de fato, um espaço de igualdade”, diz trecho da nota.
Confusão no STJ
Este incidente é relevante por vários motivos. Primeiro, ele traz à tona questões de equidade de gênero e respeito no ambiente de trabalho, especialmente em instituições tão importantes quanto o Judiciário. Em segundo lugar, incide diretamente sobre a confiança pública na imparcialidade e no funcionamento harmonioso do Supremo Tribunal de Justiça.